Os Majestic 12 seriam um comitê criado em 1947 pelo então presidente Harry Truman, após o incidente de Roswell, não só para investigar o suposto acidente com um disco voador, mas também para estudar o que seria feito e, principalmente, como deixar isso longe do grande público!
O seleto grupo teria sido escolhido por suas habilidades científicas e influência política. Segundo relatos, a sua primeira versão teria sido composta por cientistas de alto nível, líderes militares, altos funcionários do governo norte-americano e influentes empresários da iniciativa privada, ligados à Casa Branca.
A criação do grupo veio a público após suposto documento confidencial do Departamento de Defesa dos EUA ter chegado às mãos do ufólogo Jaime Shandera nos anos 80. Sua última página era um memorando do presidente Harry Truman dirigido ao ministro da Defesa, James Forrestal, datado de 24 de setembro de 1947. Nele, Truman dava instruções a Forrestal para que colocasse em andamento a Operação Majestic-12, mas sem dar nenhum indício do que poderia se tratar, o que denota que o tema já era falado internamente.
A VERDADE VEIO A PÚBLICO
Em 1984, Jaime Shandera, ufólogo e cineasta em Hollywood, recebeu por correio um pacote contendo um rolo de filme preto e branco de 35 mm ainda não revelado. Na caixa não havia nenhuma carta e muito menos um remetente. Só um carimbo dos selos dava uma pista sobre a origem: Novo México.
Shandera então revelou o filme e se chocou com o que viu: negativos de um relatório de 8 páginas, datado de 18 de novembro de 1952, endereçado ao presidente eleito Dwight Eisenhower onde na primeira página já vinham os dizeres:
DOCUMENTO ALTAMENTE SECRETO - APENAS PARA LEITURA
CONTÉM INFORMAÇÃO CLASSIFICADA, ESSENCIAL PARA A SEGURANÇA NACIONAL DOS ESTADOS UNIDOS
Nas páginas seguintes, vinham a informação do comitê a ser montado, os nomes dos participantes e todas as informações detalhadas do caso Roswell, como a descrição do acidente do objeto discóide e a existência de entidades biológicas extraterrestres de posse dos militares.
A última página, além do já descrito, vinha com os dizeres: “EVITAR A QUALQUER CUSTO A PROPAGAÇÃO DO PÂNICO”.
Shandera compartilhou o material com a comunidade ufológica na época, mas a coisa toda foi tomando grandes proporções ao longo dos anos seguintes, porque cartas e documentos não pararam de chegar a Shandera e seus parceiros, Stanton T. Friedman e Bill Moore. Moore inclusive recebeu um cartão postal em 1985 enviado da Nova Zelândia, que o aconselhava a procurar nos Arquivos Nacionais dos EUA alguns fichários recém-arquivados.
Moore e Shandera foram então fazer a busca, e encontraram um memorando que confirmava a existência do MJ12, escrito por Robert Cutler, assessor especial de Eisenhower na Segurança Nacional e dirigido a Nathan Twining, chefe do Estado Maior das Forças Aéreas dos EUA. Este documento ficou conhecido como "memorando Cutler/Twining" e foi pivô da descredibilidade de toda a teoria da conspiração. Mas falaremos mais a frente sobre isso.
Apesar da comunidade ufológica mundial já estar a par dessa conspiração, só em 1987 que o grande público veio a conhecer a história. Em 31 de maio daquele ano, o ufólogo britânico Timothy Good afirmou à imprensa estar na posse dos mesmos documentos que Shandera tinha e publicou o livro: ABOVE TOP SECRET.
E claro que após essa ampla divulgação, começaram a aparecer esforços de diversos grupos governamentais e de possíveis agentes da desinformação para desacreditar toda a história.
A CONTRA INFORMAÇÃO
Além de um relatório feito pelo próprio FBI nos anos seguintes, negando a autenticidade dos documentos (esses relatórios são facilmente encontrados na internet hoje em dia), 2 personagens civis são importantes quando o assunto é desacreditar a existência dos Majestic 12: Philip J. Klass e Joe Nickell.
Joe Nickell era analista de documentos e escritor da revista Skeptical Inquirer e afirmava que muito do que se defende sobre datas de viagens e presenças de pessoas em lugares importantes da época trata-se de coincidências. Concentrando-se no formato e na apresentação dos documentos, ele destacou vários problemas, como a assinatura de Truman. O estudo de documentos verdadeiros demonstrou que a assinatura que leva o memorando do MJ12 está mal situada na página. Além disso, parece praticamente idêntica à de um memorando autêntico de Truman, encontrado por Stanton Friedman. Duas assinaturas idênticas são suspeitas.
Nickell também se refere em sua análise aos formatos das datas, à tipografia e ao estilo de linguagem empregados nos documentos. Novamente, mediante o estudo de documentos autenticados, ele demonstrou que nos documentos do MJ-12 existem certos detalhes que destoam.
A investigação de Philip J. Klass, uma espécie de Padre Quevedo da ufologia, descobriu que Robert Cutler estava fora do país na data em que supostamente escreveu o "memorando de Cutler/Twining", e que a assinatura de Truman era "uma fotocópia colada de uma assinatura genuína - incluindo marcas de arranhões acidentais - de um memorando que Truman escreveu para Vannevar Bush em 1 de outubro de 1947". Klass descartou as teorias de que os documentos faziam parte de uma campanha de desinformação como "ridículo", dizendo que continham inúmeras falhas que nunca poderiam enganar a inteligência soviética ou chinesa.
Ainda há muita fumaça sobre este assunto e vamos aborda-lo novamente em um novo programa, para assim darmos nosso veredito final!
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